Artigo de opinão conjunto: "Alemanha e França condenam agressão russa contra Ucrânia"
Jornal de Angola, 27 de Fevereiro de 2022
Alemanha e França condenam agressão russa contra Ucrânia
Com o ataque militar à Ucrânia, o Governo russo quebra de forma inédita, aos olhos do mundo, as regras mais elementares da ordem internacional e do direito internacional.
A explicação do Governo russo, de que isso seria uma missão de "manutenção da paz”, perverte a Carta das Nações Unidas. É uma pena que a Bielorrússia esteja envolvida nisto.
O Governo russo escolheu sozinho este caminho de agressão unilateral. Nem a Ucrânia, nem a OTAN ou outros fizeram nada para justificar este derramamento de sangue. O Presidente Putin questiona abertamente o direito da Ucrânia à existência, ao distorcer factos históricos. A alegação de que a OTAN cercou a Rússia e a forçou a dar este passo é uma mentira flagrante. Não há genocídio no Leste da Ucrânia, como afirma Putin.
A Alemanha e a França - juntamente com os nossos parceiros na UE e na OTAN - não se pouparam, nos últimos meses, a esforços para, através de meios diplomáticos, encontrar uma solução pacífica para esta crise russa. O Governo russo não respondeu às nossas ofertas de conversações.
Vamo-nos organizar estreitamente no contexto da UE, no contexto da OTAN, no contexto do G7 e, claro, com a Ucrânia. Vamos empreender todas as medidas com sanções pesadas contra a Rússia. E reforçaremos a nossa segurança e os nossos aliados.
Hoje, não se trata apenas da Europa. Nenhum país do mundo pode aceitar que a soberania de outros possa ser posta em causa, quando o seu vizinho mais forte o quer. A comunidade internacional não pode aceitar que os princípios da Carta das Nações Unidas, em particular a proibição do uso da força, sejam violados de forma injustificável.
A Carta das Nações Unidas é a base para viver em prosperidade e paz.
Esperamos, portanto, que o Governo da República de Angola exorte a Rússia a cumprir a Carta das Nações Unidas e os princípios fundamentais da OSCE e se junte a nós, na oposição à agressão russa. O reconhecimento das auto-proclamadas Repúblicas Populares no Leste da Ucrânia por estados terceiros seria uma grave violação do direito internacional e da integridade e soberania territorial da Ucrânia.
O artigo foi originalmente publicado na edição do Jornal de Angola de Domingo, 27 de Fevereiro de 2022 e está também disponível online.